SEJA BEM VINDO

sábado, 27 de julho de 2013

Um ato passional

Com as mãos tremulas peguei papel e caneta e comecei a escrever, , tentei passar todos meus anseios que estavam sufocados dentro do meu peito desde o momento que te perdi para o papel para não explodir de raiva e rancor.
Estavas ali em pé na minha frente quando te vi, estavas exatamente como havia te deixado, sem nenhum arranhão na alma, sem um resquício de sofrimento aparecendo em seu sorriso.
Não estava sozinho, uma companheira segurava sua mão como se fosse a dona de um pacote de luxo que acabou de comprar.
Como doeu ver essa cena, ainda fingiu não me ver, pra que ser gentil comigo? Hoje eu sou carta fora do baralho, o jogo agora é outro, a brincadeira comigo acabou.
O barzinho estava lotado, as pessoas riam e falavam descontraídas, ninguém percebeu a minha aflição ao me dar conta que sua mesa ficava bem ao lado da minha, tive que engolir cada beijo, cada palavra carinhosa que você entregava a ela, estava se tornando uma tortura  assistir a tudo de camarote até o final sem nada poder dizer ou fazer.
Foi quando percebi que você havia pedido a conta, num surto psicótico me levantei e fui ao balcão pagar a minha parte, sai da mesa depressa deixando os meus amigos ainda por la.
Entrei no carro e aguardei você sair junto com ela, quando percebi que os dois estavam atravessando a rua para pegar o carro, num impulso acelerei o meu e acertei ambos em cheio como se fosse uma bola de boliche jogando nas garrafas, quando os corpos caíram no chão eu dei a ré passando novamente por cima pra completar o serviço e depois sai em disparada antes que alguém entendesse o que havia acontecido.
Passei horas dirigindo sem noção de tempo nem lugar, tentando entender o que eu havia feito, lagrimas escorriam copiosamente em minha face, parei num acostamento de uma praça e sentei num banco na madrugada fria, fiquei assim até o amanhecer.
Sem conseguir dormir, voltei pra casa não tinha medo do que me aguardava, para mim nada mais tinha importância, tirei a sua vida do mesmo jeito que você matou minha alma .
Chego em casa um carro da policia encontra-se na porta a minha espera, o policial pede para eu descer do carro e me da voz de prisão por eu ter matado o casal.
É, a brincadeira realmente acabou  . 


Um comentário:

  1. Doído e sinistro!
    Mas infelizmente ainda acontece muitos desses casos!
    Excelente.
    Bjssss

    ResponderExcluir